Em breve!
Livro-Exposição
Em breve!
Livro-Exposição
Tantos desafios vencidos e tantos outros ainda a enfrentar ao longo da estrada…
No Meio do Caminho – Carlos Drummond de Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Mas vamos sempre seguindo, mesmo diante de tantos perseguidores implacáveis junto aos seus conselheiros pérfidos, onde a mais completa indiferença já não basta mais, é preciso esquartejar e expor os pedaços em praça pública – principalmente quando alguém se ausenta de alguns encontros (ao dizer prefiro não) no salão d’O Grande Gatsby entre convidados e intrusos atrasados há pelo menos meio século – (“por favor não saiam da praça antes de ouvir o último suspiro e ver a última gota de sangue cair sobre o adubo para alimentar os vermes. é preciso ter certeza de que tudo realmente se esvaiu. obrigado!”), para alimentar a sociedade do espetáculo nessa aldeia global e buscar disciplinar, controlar e dilacerar os corpos, com seus atuais projetores ferozes sempre a nos vigiar com seus óculos infravermelhos sob uma luz mortiça mirando os indulgentes, tentando sufocar e matar suas sobrevivências, o lampejo fugaz com sua faísca de esperança, diante de um mundo que perdeu quase todas as suas ilusões e grande parte de sua esperança para dar lugar a um outro tipo de ideologia, muitas vezes com discursos que já nascem com certidão de óbito desde a primeira letra…, ainda assim vamos seguindo, nem que seja para alimentar um único grão de esperança, mesmo nestes tempos de morte da experiência e de pobreza, em meio a todas as formas de violência e barbárie…mas, não esqueçam jamais, as sobrevivências são indestrutíveis e continuarão lançando seus lampejos pobres e precários, fugazes, com suas luzes intermitentes… aprendendo a sonhar e renascer como uma fênix todos os dias. Agradeço a *Poesia por acalentar grande parte de minhas dores…
*Obrigado Drummond por escrever algo tão profundo com tanta simplicidade.
Até qualquer dia, especialmente para aqueles e aquelas que estão no limiar das sobrevivências…
m.t.
23.
habit-ações…
quantas pernas bamboleantes…
por que lá a maré nunca está boa?
e esta fuligem, este rio que passa sem ao menos dizer um adeus,
em meio ao rumor do tráfego lá em cima nos viadutos.
e esses ameaçadores automóveis com seus olhos de serpente;
este metal duro e indiferente.
por que essa gente vive tão separada por essas margens,
de um lado olhos sonolentos,
olhando para o outro lado da margem,
em frente a um amontoado de cascos duros com dedos em riste quase tocando o céu
com tamanha indiferença, silêncio e separação…
por que essas águas não responde o meu grito?
quais epidermes moram nestas habit-ações?
não sei o que responder ao estômago quando ele começa a perguntar demais.
por que não encontro respostas para saciar o meu próprio corpo,
frágil e agonizante…
por quê?
m.t.
Foto e vídeo
Lançamento e Exposição em breve!