Galeria Gambalaia – Espaço de Arte e Cultura
Santo André – São Paulo
Galeria Gambalaia – Espaço de Arte e Cultura
Santo André – São Paulo
Santo André – São Paulo
Projeto Gráfico – Sergio Luiz
Edição de Vídeo e Documentário – Lais Rilda
Organização e Produção – Humberto Alex Lima
Aos que vierem depois de nós
I
Realmente, vivemos tempos sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.
Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes.
Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranqüilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?
É certo: ganho o meu pão ainda,
Mas acreditai-me: é pura casualidade.
Nada do que faço justifica
que eu possa comer até fartar-me.
Por enquanto as coisas me correm bem
(se a sorte me abandonar estou perdido).
E dizem-me: “Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!”
Mas como posso comer e beber,
se ao faminto arrebato o que como,
se o copo de água falta ao sedento?
E todavia continuo comendo e bebendo.
Também gostaria de ser um sábio.
Os livros antigos nos falam da sabedoria:
é quedar-se afastado das lutas do mundo
e, sem temores,
deixar correr o breve tempo. Mas
evitar a violência,
retribuir o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
é o que chamam sabedoria.
E eu não posso fazê-lo. Realmente,
vivemos tempos sombrios.
II
Para as cidades vim em tempos de desordem,
quando reinava a fome.
Misturei-me aos homens em tempos turbulentos
e indignei-me com eles.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.
Comi o meu pão em meio às batalhas.
Deitei-me para dormir entre os assassinos.
Do amor me ocupei descuidadamente
e não tive paciência com a Natureza.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.
No meu tempo as ruas conduziam aos atoleiros.
A palavra traiu-me ante o verdugo.
Era muito pouco o que eu podia. Mas os governantes
Se sentiam, sem mim, mais seguros, — espero.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.
As forças eram escassas. E a meta
achava-se muito distante.
Pude divisá-la claramente,
ainda quando parecia, para mim, inatingível.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.
III
Vós, que surgireis da maré
em que perecemos,
lembrai-vos também,
quando falardes das nossas fraquezas,
lembrai-vos dos tempos sombrios
de que pudestes escapar.
Íamos, com efeito,
mudando mais freqüentemente de país
do que de sapatos,
através das lutas de classes,
desesperados,
quando havia só injustiça e nenhuma indignação.
E, contudo, sabemos
que também o ódio contra a baixeza
endurece a voz. Ah, os que quisemos
preparar terreno para a bondade
não pudemos ser bons.
Vós, porém, quando chegar o momento
em que o homem seja bom para o homem,
lembrai-vos de nós
com indulgência.
– Bertolt Brecht (Tradução Manuel Bandeira)
Faculdade Zumbi dos Palmares – FLINKSAMPA
* Abertura da Exposição Chão Arejado 16 de Novembro.
* Lançamento do livro Chão Arejado publicado agora em 2017 pela Editora Penalux – França & Gorj – 16 de novembro.
* Performance – “faça-me de poesia” – 16, 17 e 18 de novembro.
* Visita Guiada em meio a um bate-papo com alunos e alunas de escolas públicas da cidade de São Paulo – Arte-Educação.
Fórum de Debates
A Voz da Arte
Mesa 1 – A Palavra do Artista
Debates e discussões em torno do artista no seu trabalho transitando entre as diversas linguagens artísticas e suas articulações com outras artes. Atividade com duração entre duas e três horas. Há possibilidades de recital poético, mostra de vídeos e documentários entre outras intervenções artísticas.
Talles Colatino (UFPE),
Marcos Torres
Oriana Duarte (UFPE)
Mediador: Talles Colatino
Dia 16.08.2017 das 9:30 às 12:00 hs
Mesa 2 – Cinema & Recital Poético
Apresentação de filme e recital poético seguido de debate.
Dia 16.08.2017 das 14:30 às 17:00 hs
Mesa 3 – Processualidade, Parcerias e Amálgamas
Debates e discussões no horizonte da arte em processo, parcerias artísticas, amálgamas dentro da arte contemporânea e suas articulações com outras linguagens. Atividade com duração entre duas e três horas. Há possibilidades de recital poético, mostra de vídeos e documentários entre outras intervenções artísticas.
Paloma Vidal (UNIFESP)
Maria do Carmo Nino (UFPE)
Marcelo Farias Coutinho (UFPE)
Patrícia Tenório (PUCRS)
Mediadora: Maria do Carmo Nino
Dia 17.08.2017 das 9:30 às 12:00 hs
Mesa 4 – Teoria e Crítica Literária entre as Linguagens Artísticas
Debates e discussões no horizonte da teoria e crítica literária entre as linguagens artísticas e suas articulações. Atividade com duração entre duas e três horas. Há possibilidades de recital poético, mostra de vídeos e documentários entre outras intervenções artísticas.
Luciene Azevedo (UFBA)
Lourival Holanda (UFPE)
Eduardo Cesar Maia (UFPE)
Mediador: Lourival Holanda
Dia 17.08.2017 das 14:30 às 17:00 hs
Livro – Exposição – Fórum de Debates
Em breve!
Livro-Exposição
23.
habit-ações…
quantas pernas bamboleantes…
por que lá a maré nunca está boa?
e esta fuligem, este rio que passa sem ao menos dizer um adeus,
em meio ao rumor do tráfego lá em cima nos viadutos.
e esses ameaçadores automóveis com seus olhos de serpente;
este metal duro e indiferente.
por que essa gente vive tão separada por essas margens,
de um lado olhos sonolentos,
olhando para o outro lado da margem,
em frente a um amontoado de cascos duros com dedos em riste quase tocando o céu
com tamanha indiferença, silêncio e separação…
por que essas águas não responde o meu grito?
quais epidermes moram nestas habit-ações?
não sei o que responder ao estômago quando ele começa a perguntar demais.
por que não encontro respostas para saciar o meu próprio corpo,
frágil e agonizante…
por quê?
m.t.
Foto e vídeo
Lançamento e Exposição em breve!